Heisenberg - Ciências e Deus

A frase de Heisenberg está no capítulo "Jesus Cristo está voltando", onde o papa emérito Bento XVI responde ao jornalista Peter Seeward a questão: O papa ainda acredita naquilo em que acreditava quando criança?

Sabendo pouco e "se achando" muito!

Procurando seguir o exemplo de Santo Agostinho, confesso aqui que vivi um período durante o qual questionei a crença em um Criador de todas as coisas. E isso devido ao pouco entendimento que adquiri até então de algumas áreas da ciência. Havia um contexto onde santidade e vida de oração soava como "coisa de velho", algo de chato e repetitivo. Enquanto tudo que é material e sensível estava lá ao alcance dos sentidos, a tal experiência com Deus parecia algo tão estranho e distante (lá no Céu? Como assim?). 

Aos 12 anos a diversão de uma partida de futebol ou de videogame era sim uma experiência "bacana", ao contrário do compromisso incômodo de ficar plantado num banco, repetindo orações, ouvindo músicas que eram para mim uma tortura para os ouvidos, na igreja (aliás neste ponto pouco mudou hoje). 

Estava eu sabendo pouco e "me achando" muita coisa, criticando e questionando a prática religiosa em que fui conduzido até então por meus pais, buscando defeitos aqui e ali, nos comportamentos, no que eu julgava não ter sentido ou mesmo absurdo. De modo especial a ciência histórica nos livros didáticos "ajudavam" ao colocar em evidência episódios controversos da trajetória cristã, sobretudo a famosa Inquisição, além de criticar a igreja por ser contra isso ou aquilo.

O fundo (do copo)

O fundo do copo onde Deus esperava viria muitos anos depois, com a oportunidade de conhecer bem, conhecer melhor a história da fé. O professor Felipe Aquino da Canção Nova dizia algo bem simples: que só amamos quem nós conhecemos bem, e eu não conhecia bem a Igreja. O que eu conhecia a respeito da igreja era carregado de críticas e censuras, ao mesmo tempo tomando conhecimento das ciências naturais como se imaculadas fossem. Não só recebia esta formação parcial das escolas, como também toda produção cultural reforçava, em filmes e séries principalmente, no meu caso. Sei que esse expediente continua hoje em boa parte das escolas, além de boa parte dos lares também, e de fato pesa muito na cabeça jovem e sem vivência suficiente para discernir questões de fé e ciência.

Somente quando comecei a acompanhar o programa do professor Felipe que escamas caíram de meus olhos, vendo o quanto de ignorância e arrogância havia em mim. Ignorava esse outro lado da história da fé, uma vez que como já coloquei, o que eu havia recedido por diversos meios foram críticas e censuras. Percebi então o engano através das aulas e dos livros indicados pelo professor. Percebi algo realmente grave que estava acontecendo: a omissão maliciosa e deliberada de fatos sobre a igreja por agentes que a abominam e a querem destruir, imbuídos assim na missão de denegrir a imagem da instituição por quaisquer meios possíveis, não raro a mentira. No mais, agem como um inimigo que não quer ver seu desafeto nem "pintado de ouro", como dito no popular. "Inimigos se não tiver defeitos eu coloco!". Enfim, vi que eu havia sido informado da instituição como quem sabe de alguém por meio de seu inimigo, inimigo este que está disposto decididamente em prejudicar sempre que tiver oportunidade.

Este livro "Luz do mundo" foi apenas um dos volumes onde tive esse ideia de "fundo do copo". Antes eu havia apenas dado uma experimentada e achado um pouco amargo o sabor. 

A frase de Heisenberg está no capítulo "Jesus Cristo está voltando", onde o papa emérito Bento XVI responde ao jornalista Peter Seeward a questão: O papa ainda acredita naquilo em que acreditava quando criança?:

[trecho da resposta de Bento XVI]

Por que Deus não deveria estar em condições de fazer brotar a vida de uma Virgem? Por que Cristo não poderia ressuscitar? Certamente, se sou eu mesmo quem fixa o que pode ser e o que não pode, se sou eu e ninguém mais quem define os limites do possível, então fenômenos semelhantes devem ser excluídos.

[devem ser excluídos todo o que eu determino ter passado do limito do possível]

[Peter Seeward] 

A realidade é feita de tal modo - admite o físico nuclear Werner Heisenberg -, que até as coisas mais improváveis são fundamentalmente imagináveis. A conclusão do prêmio Nobel é esta: "O primeiro gole do copo das ciências naturais transforma-nos em ateus, mas, no fundo do copo, espera-nos Deus".

[responde Bento XVI]

Aqui lhe darei absolutamente razão. Somente fingindo que se está embriagado pelos conhecimentos individuais é que se afirma: "Mais que isso é impossível; doravante, sabemos tudo". No instante, porém, em que se reconhece a grandeza inaudita do conjunto das coisas, o olhar chega mais longe e se impõe a questão de um Deus do qual tudo provém.
(Luz do mundo, p. 200)

Saiba mais sobre Werner Heisenberg

A frase foi citada no livro "Luz do Mundo" do papa emérito Bento XVI;

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