sexta-feira, 13 de maio de 2011

Algumas recomendações de cinema

Como alguém que curte um bom filme, indico muitos que tive oportunidade de ver e aprender. Não somente filmes religiosos. Creio que, com uma boa formação de moral e doutrina, é possível ao cristão fazer uma “filtragem”, uma separação do joio do trigo.

Interior do cinema

Para começar então, filmes mais populares, onde se pode tirar valores que ajudam a seguir Cristo:

O Senhor dos Anéis

  
Lord of the rings
Já vi afirmações de que esta obra estaria relacionada com a “Nova Era”, inclusive em livros de formação católica. Porém, como mostrado no vídeo abaixo, não é verdade. Pe Paulo Ricardo já disse no programa “Escola da Fé” da Canção Nova que o autor, J.R.R. Tolkien, criou uma obra de ficção em sintonia com a verdade de Deus, auxiliando as pessoas à conhecê-la. Trata-se de uma co-criação, uma estória criada mas baseada nos valores divinos. Da mesma forma C.S. Lews, autor de Crônicas de Nárnia, que teve nos cinemas no final do ano passado o 3º filme.
Valores cristãos são vistos nos filmes da trilogia Senhor dos Anéis, por exemplo, no diálogo entre Frodo e Gandalf, no primeiro filme (A Sociedade do Anel), após Frodo ver o personagem solitário Gollum/Sméagol, de aparência deformada e animalesca:


Frodo: É uma pena que Bilbo não tenha se livrado dele (Sméagol) quando teve a chance.
Gandalf: Pena? Foi a pena que segurou a mão de Bilbo. Muitos que vivem merecem morrer e alguns que morrem merecem viver. Pode resolver essa situação, Frodo? Não seja tão apressado em julgar os outros. Nem os mais sábios conseguem ver o quadro todo. Meu coração diz que Gollum ainda tem um papel a cumprir para o bem e para o mal. A piedade de Bilbo pode governar o destino de muitos.
Frodo: Queria que o anel nunca tivesse sido dado a mim. E que nada disso tivesse acontecido.
Gandalf: Assim como todos que testemunham tempos como este, mas não cabe a eles decidir. O que nos cabe é decidir o que fazer com o tempo que nos é dado. Há outras forças em andamento neste mundo além das forças do mal. Bilbo estava destinado a encontrar o anel, e assim você estava destinado a tê-lo. E este é um pensamento encorajador.


No vídeo abaixo, Pe Paulo Ricardo fala um pouco da biografia de JRR Tolkien:



Nárnia

As Crônicas de Nárnia

            Já em Crônicas de Nárnia, o blog do Sérgio Fernandes identifica muito bem os elementos cristãos, presentes tanto nos livros quanto nos filmes: http://blog.cancaonova.com/sergiofernandes/descobrindo-deus-em-as-cronicas-de-narnia-2/
            Destaco apenas uma parte do que ele escreveu no seu blog, que vemos no primeiro filme, embora aqui ele esteja descrevendo o livro.

            A figura central da história, que aparece no momento certo para resolver e concluir as situações, é o leão Aslam. Ele possui todas as características de um ser divino e lembra muito Jesus Cristo – tanto que no livro “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupas” ele se entrega à morte pelo erro (pecado) de um menino e até ressuscita. Mas o Leão nunca resolve as coisas de forma simplista, ele intervém após a ação necessária de crianças, como é o caso dos irmãos Pevensie.
No filme “Príncipe Caspian”, a história nos leva a refletir sobre a questão da apostasia – quando a sociedade abandona a fé em Deus. Nárnia está diferente do primeiro filme. O tempo segue a metáfora bíblica (2 Pedro) onde para os irmãos Pevensie passou-se um ano e em Nárnia passaram-se 1.300. As terras estão sombrias e dominadas por um rei usurpador, chamado Miraz. Desde que foi tomada pelo povo telmarino, os verdadeiros habitantes (animais falantes e seres mitológicos) estão escondidos na floresta, tratados como uma mentira do passado – vinculando aqui à forma como grupos ateus consideram ser a tradição de fé cristã uma mera história do passado. Os irmãos Pevensie regressam para ajudar o legítimo herdeiro, o Príncipe Caspian, a tomar o poder.

            A matéria do blog, porém, não fala sobre o terceiro filme ou o livro correspondente (A Viagem do Peregrino da Alvorada), pela data da postagem. Eu o assisti recentemente e vi claramente na história elementos cristãos:
Neste filme estão somente Edmundo e Lúcia Pevensie, dentre os quatro irmãos. Eles são levados novamente à Nárnia, junto com um primo que “se acha” muito inteligente e que reclama de tudo. A princípio não entendem por que foram levados. O Rei Caspian (príncipe no segundo filme) busca os sete Lordes de Telmar, navegando no Peregrino do título. Logo vêem o perigo que têm de enfrentar, numa névoa verde vem capturado muitas pessoas no mar, pessoas estas que são descartadas por homens como que piratas, por não conseguirem vendê-las como escravas. Os sete Lordes devem ser encontrados pois suas espadas são as armas que podem destruir este mal na forma de névoa. Lá pela metade do filme, numa das várias paradas que fazem pelo caminho, são instruídos por um sábio, que orienta onde se encontra a fonte da névoa e dos desafios que esperam. Aí que vemos elementos do Evangelho: o sábio diz que o principal inimigo está dentro de cada um. Que eles precisam resistir às tentações para poder vencer. Lúcia, por exemplo, deseja ser como a irmã mais velha, Susana. Edmundo deseja poder, reconhecimento. O Rei Caspian quer encontrar o falecido pai... O leão Aslam intervêm nos momentos decisivos, como nos filmes anteriores.

Esses são só para começar, eu diria. E é claro, para quem gosta deste gênero de filme, de ficção, fantasia, aventura. Há muitos outros, não necessariamente de autores cristãos, mas que se pode tirar boas mensagens:

Patch Adams, o amor é contagioso

Robin Willians

Além da mensagem de amor e alegria, a persistência e a superação do médico Hunter (Patch) Adams é exemplar. Vemos no início o quadro de depressão e a internação num hospício, e após ajudar o colega de quarto, a mudança no futuro médico, precursor dos “doutores da alegria” é sem dúvida um testemunho de vida.
Aproveito para indicar ver as entrevistas com o peculiar médico, que foi veiculada na TV Cultura, programa Roda Viva. Estão no youtube.

O todo-poderoso

Jim Carrey

Aqui muitos podem questionar: esse filme? Que faz brincadeira com Deus? Aí eu peço para retornar ao início onde explico porque estou indicando filmes como esse.
Para começar, o filme não brinca com Deus, mas vemos que o ser humano que é alvo de “deboche”, ao mostrar o quanto é ruim o mal uso do poder, como vemos acontecer com o personagem principal, Bruce. Chama a atenção quando o Bruce resolve informatizar o “recebimento” de orações. Ele tenta a princípio responder individualmente cada uma, mas vê que elas se multiplicam sem parar e resolve conceder tudo que cada um pede em oração. Além, é claro, de cuidar de conseguir tudo que ele próprio quer. Nesse processo ele acaba negrigenciando sua namorada, que sonha se casar com ele, acabando por afastá-la. Pergunta a Deus então como fazer uma pessoa te amar sem interferir no livre-arbítrio. Então, numa das várias cenas que ele conversa com Deus, ele fica confuso porque concedeu tudo que todos pediram, achando que resolveria todos os problemas.  A resposta de Deus (interpretado pelo ótimo ator Morgan Freeman) é impressionante: Desde quando as pessoas sabem o que querem?
Agora melhor ainda se encontra no final do filme. Deus está se despedindo de Bruce, considerando que ele então já sabe o que fazer, sem intervenção divina constante. Ele diz que a brincadeira no início do filme era só truque de mágica, onde Bruce faz numa sopa uma imitação da abertura do Mar Vermelho. Quer dizer que milagres não são necessariamente sinais espetacurares. Um jovem que diz não às drogas e sim à educação, isso é um milagre. Uma mãe que faz jornada dupla e ainda encontra tempo para brincar com os filhos. Isso é um milagre... Então, seja um milagre!

De um modo geral, é possível fazer essa triagem em filmes que não tem objetivo de evangelizar, mas que consciente ou inconscientemente passam valores cristãos. Vejo inclusive na trilogia de grande sucesso que foi Homem-aranha. Filme do tipo “arrasa-quarteirão”. Vemos no filme a lição do tio Bem: um grande poder traz uma grande responsabilidade. Aqui lembro o psicólogo Icami Tiba, que escreve livros voltado para educação dos filhos como “Quem ama educa”. Ele identificou que o adolescente de modo geral quer a liberdade de adulto, porém com a responsabilidade de criança. No filme Homem-aranha também, muito importante é notar o relacionamento entre Peter Parker e Mary Jane Watson, bem diferente do de muitos filmes, onde “rola” um clima entre um casal, logo depois o beijo e termina os dois na cama; alguns ainda são “4 em 1”, sendo o 4º passo, morarem juntos. Peter e Mary, diferente, leva o primeiro filme inteiro para chegar ao beijo; no segundo filme o relacionamento está em crise, pois Parker resolve assumir a responsabilidade de herói, mas novamente o beijo só no final do filme, com a crise superada; e no terceiro também não passam de encontros e beijos, e quase sai casamento; com o detalhe de que cada um morando em sua casa, com seu emprego e suas vidas. Não há “queima” de etapas. Retrato de um namoro cristão.

Por último, não podia deixar de indicar os filmes católicos, naturalmente. Recomendo a programação de filmes da TV Aparecida, que semanalmente passa excelentes filmes, muitos contando a histórias de grandes santos e santas da Igreja, como São Padre Pio, o agora reconhecido beato João Paulo II, Bakhita, Santa Rita de Cássia, entre outros. Lembrando o que o Pe Paulo Ricardo ensina em suas palestras: quer conhecer a verdadeira Igreja, estude a vida dos santos.

Há muitos outros filmes. E sempre que tiver oportunidade, vou postar aqui um que traga algo a ensinar ou relembrar. Deixo aberto para comentários com outras sugestões de filmes...


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